terça-feira, 17 de junho de 2008

Letramento Digital



os dias atuais, na chamada sociedade da informação, a perspect

Nos dias atuais, na chamada sociedade da informação, a perspectiva de formação para a cidadania só pode se concretizar se houver a possibilidade de acesso e uso de diferentes mídias e se a relação dos sujeitos com os discursos produzidos a partir de diferentes linguagens e suportados por essas mídias, não for de passividade. Isso requer ações complementares e articuladas. Uma primeira ação diz respeito a possibilitar conhecimentos técnicos/operacionais para utilização dessas mídias. Assim, no que se refere, por exemplo, à informática, trata-se de ensinar conhecimentos básicos sobre computadores, usos de aplicativos e programas de edição de texto, planilhas, apresentações, procedimentos para navegação na Internet, etc. Não se quer que os alunos saibam apenas operar a máquina, mas que possam com as informações disponibilizadas na rede efetivamente se inserir nas práticas sociais que se realizam nesse mundo digital.

Outra ação é promover condições para que o aluno possa participar do mundo digital. Na perspectiva do ideal de uma sociedade mais justa e igualitária, o letramento digital deve ser uma meta a ser perseguida e a escola deve ter um papel essencial nesse processo. A importação do conceito de letramento dos estudos sobre escrita não poderia ser mais feliz e adequada a esse contexto, pois a questão não é apenas ensinar os alunos a utilizarem as ferramentas e ou programas no sentido do seu domínio técnico de funcionamento, isto equivaleria a uma certa aprendizagem do código, à alfabetização no sentido mais restrito do termo. Trata-se de possibilitar que os alunos participem dessas práticas letradas do mundo digital, dominem gêneros que nele circulam, aprendam a utilizar os espaços virtuais e lidar com os tempos síncronos e assíncronos de comunicação, bem como com os hipertextos e hipermídias.

É necessário desenvolver nos nossos alunos, partindo do letramento digital, capacidades de compreensão que transcendam a busca do entendimento do texto e que impliquem a possibilidade de que eles construam réplicas (Bakthin) em relação ao que lêem e ouvem, refutando, concordando, complementando, questionando, surpreendendo-se, dentre outra ações lingüísticas possíveis.

Todas estas questões implicam em um trabalho com diferentes capacidades de leitura, sejam elas verbais ou não, que devem ser colocadas em relação.

Ligada a ação citada acima, está a necessidade de possibilitar uma reflexão crítica por parte dos alunos sobre estas mídias. Mais do que se utilizar dessas mídias e linguagens, é importante sua tematização como objeto de análise. Nessa perspectiva, é preciso que a escola problematize e envolva esse objeto no contexto de produção dos usos das mesmas e devem estar previstas no projeto político pedagógico e nos planos de ensino das várias disciplinas.

O ideal que tudo isto aconteça de forma articulada e desenvolva uma postura crítica em relação aos conteúdos veiculados nas mídias.


Referências



BAKHTIN, M. Os gêneros do discurso. In: Estética da criação verbal (Trad. M. E. G.). São Paulo: Martins Fontes, 1992.


Soares, Magda B. Letramento: Um Tema em Três Gêneros. Belo

Horizonte: Autêntica, 1998.


http://www.ufpe.br/nehte/artigos/Letramento%20digital%20e%20ensino.pdf

quinta-feira, 5 de junho de 2008

O futuro é agora....




Realmente a mudança está presente em todos os dias de nossa vida numa velocidade alucinante e o futuro não existe, ele é sempre o hoje, o agora. Para ilustrar esta fala utilizo a letra da música do Legião Urbana: "É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã, se você parar para pensar na verdade não há..."
Recebi um e-mail de uma amiga que reflete sobre a velocidade das coisas e gostaria de compartilhar. Diz o seguinte:



"Vovô nem é tão velho...




Uma tarde o neto conversava com seu avô sobre os acontecimentos e, de repente, perguntou:
- Quantos anos você tem, vovô?
E o avô respondeu:
- Bem, deixa-me pensar um pouco...
Nasci antes da televisão, das vacinas contra a pólio, comidas congeladas, foto copiadora, lentes de contato e pílula anticoncepcional.
Não existiam radares, cartões de crédito, raio laser nem patins on-line.
Não se havia inventado ar-condicionado, lavadora, secadoras (as roupas simplesmente secavam ao vento).
O homem nem havia chegado à lua, "gay" era uma palavra inglesa que significava uma pessoa contente, alegre e divertida, não homossexual.
Das lésbicas, nunca havíamos ouvido falar e rapazes não usavam piercings.
Nasci antes do computador, duplas carreiras universitárias e terapias de grupo.
Até completar 25 anos, chamava cada homem de "senhor" e cada mulher de "senhora" ou "senhorita".
No meu tempo, virgindade não produzia câncer.
Ensinaram-nos a diferenciar o bem do mal, a ser responsáveis pelos nossos atos.
Acreditávamos que "comida rápida" era o que a gente comia quando estava com pressa.
Ter um bom relacionamento, era dar-se bem com os primos e amigos.
Tempo compartilhado, significava que a família compartilhava férias juntos.
Não se conhecia telefones sem fio e muito menos celulares.
Nunca havíamos ouvido falar de música estereofônica,
rádios FM, fitas K-7, CDs, DVDs, máquinas de escrever elétricas, calculadoras
(nem as mecânicas quanto mais as portáteis).
"Notebook" era um livreto de anotações.
Aos relógios se dava corda a cada dia.
Não existia nada digital, nem relógios nem indicadores com números luminosos dos marcadores de jogos, nem as máquinas.
Falando em máquinas, não existiam cafeteiras automáticas, microondas nem rádio-relógios-despertadores.
Para não falar dos videocassetes, ou das filmadoras de vídeo.
As fotos não eram instantâneas e nem coloridas. Havia somente em branco e preto
e a revelação demorava mais de três dias. As de cores não existiam
e quando apareceram, sua revelação era muito cara e demorada.
Se em algo lêssemos "Made in Japan", não se considerava de má qualidade e não existia "Made in Korea", nem "Made in Taiwan", nem "Made in China".
Não se havia ouvido falar de "Pizza Hut", "McDonald`s", nem de café instantâneo.
Havia casas onde se comprava coisas por 5 e 10 centavos.
Os sorvetes, as passagens de ônibus e os refrigerantes, tudo custava 10 centavos.
No meu tempo, "erva" era algo que se cortava e não se fumava.
"Hardware" era uma ferramenta e "software" não existia.
Fomos a última geração que acreditou que uma senhora precisava de um marido para ter um filho.
Agora me diga quantos anos acha que tenho?
Hiii... vovô.. mais de 200! Falou o neto.
- Não, querido, somente 58!"



Então o tempo não para!
Abraços

A Alfabetização e o Hipertexto






Segundo Magda Soares (1998, p. 47) “Alfabetizar e letrar são duas ações distintas, mas não inseparáveis, ao contrário: o ideal seria alfabetizar letrando, ou seja: ensinar a ler a escrever no contexto das práticas sociais da leitura e da escrita”.
Alfabetização e letramento são dimensões de um mesmo universo: o do domínio e o do uso da leitura e da escrita. Assim, quando falamos em alfabetizar letrando, referimos-nos à relação entre apropriação do sistema da escrita e o seu emprego efetivo em práticas sociais de leitura e de escrita.
Nessa perspectiva, uma das principais contribuições (senão a principal), advindas da noção de letramento, é que este propõe o domínio do uso da escrita em situações concretas de interação como uma das dimensões do processo de alfabetização.
Para interagir plenamente no mundo letrado, é preciso mais do que o domínio do código. Trata-se de estar preparado para o exercício das práticas sociais de leitura e escrita nas diferentes esferas de circulação do homem.
Pensando desta maneira, acredito que o hipertexto vem contribuir para o processo de letramento, já que abre um leque para compreensão da linguagem como um todo, solicitando que o sujeito não só saiba ler e escrever, mas que efetive estas práticas em sua comunicação.





"Escrever é fácil: você começa com uma letra maiúscula e termina com um ponto final. No meio você coloca idéias.“
(Pablo Neruda)